por Juliana Lopes de Almeida Souza
Ao ler a crônica de Fabrício Carpinejar, comecei a concordar que os Temíveis Trabalhos Considerados de Conclusão são partes dos processos Conclusivos de Curso, no Ensino Superior.
Os Trabalhos de Conclusão de Curso são tudo, segundo o autor. E por isso, são temíveis pelos alunos.
A existência desse processo de conclusão nos faz querer ter férias. Afinal de contas, para estudar para o vestibular, tivemos apenas um feriado.
Damos a desculpa para não realizar mais nada, enquanto os trabalhos não são considerados conclusivos no fogo ardente que queima nossos cérebros.
Só se vive com o TCC. O artigo final da pós-graduação é a publicação na web, é a busca na web do seu nome, é o que separa o anonimato do fui citado no Google.
Na prática, a realização é tranquila. Pesquisa-se um assunto, depois coloca-se tudo no Word, e observa-se a estrutura da redação que o professor orientador solicitou e, finalmente, escreve-se o texto, não necessariamente muito grande. E o grande parece pequeno, mas é infinito. Na hora do brainstorming, as ideias demoram a aparecer e, logo depois que as palavras surgem são apagadas/deletadas ao apertarmos as teclas Ctrl + B (salvar).
O TCC é a prisão domiciliar do jovem, é o único contato social que ele tem. É um tweet com mais de 140 caracteres sobre seu isolamento. É o mesmo que receber a notícia de aborto e impotência.
Você começa a se parecer com um E.T. Afeta psicologicamente sua mente, seu lazer, seu descanso.
A alternativa de encontrar hipóteses para conseguir uma vaga de emprego transforma-se no problema. Seu destino TEM TEMPO DETERMINADO. A prorrogação tem o subtítulo MAIS UMA CHANCE, TENHO QUE TER MAIS UMA CHANCE, QUALQUER CHANCE, POR FAVOR, ME DÊ MAIS UMA CHANCE. O pesquisador procura suas referências, mas encontra-se sem FONTE. Analisa as possibilidades e não encontra MÉTODOS.
Observe o estudante que está fazendo TCC. Ele fica introspectivo, com olheiras, roupas despojadas, meio sonâmbulo, sem paciência de se olhar no espelho, irritado porque lhe deram bom dia e ainda ficará confuso se lhe perguntaram em japonês. Se sente perdido, ou porque não conseguiu ficar acordado para pesquisar ou porque ficou acordado sem estudar.
Parafraseando Carpinejar e observando suas colocações, indicam-se algumas respostas rápidas para o estudante que estiver redigindo o TCC:
Você tem namorado? O Word é bem pegajoso.
Gostaria de sair para um happy hour? O café me deixa animado para continuar a pesquisar.
Topa um cinema? Só se for em casa, vendo o Youtube para me dar ideias para a apresentação.
Onde você está? Na frente do computador.
Você observou a analogia entre esse texto e do Carpinejar? Posso citar no meu TCC?
Leia na íntegra o texto de Carpinejar.
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