20 de jul. de 2011

Livro de Papel: Papel impresso

Ouvimos muito hoje em dia que o livro no seu formato atual está com os dias contados. As previsões catastróficas ganharam força com o surgimento dos tablets e e-readers (em especial o kindle) e que estes substituiriam as obras no seu formato impresso em detrimento do formato digital.
Motivos para comprovar tal tese não faltam: Os livros digitais são mais baratos que os tradicionais; com os tablets é mais fácil e prático a organização da biblioteca; segundo a Amazon a venda de e-books já supera a venda dos livros tradicionais. Todos esses fatos vão de encontro, teoricamente, com o fim do livro impresso.
Porém previsões similares surgiram quando os computadores pessoais foram popularizados. Na época os rumores diziam que o uso do papel impresso iria diminuir drasticamente, e o que de fato aconteceu foi exatamente o contrário: o volume de papel impresso não pára de crescer ano a ano. A mesma comparação, ainda que prematura, pode ser feita do livro impresso com relação aos e-books.
Independente do formato, o fato é que sempre existiu a necessidade de expressão do ser humano. A escrita foi a forma mais abrangente encontrada desde os primórdios para perpetuar os pensamentos e a história do homem, e que nos últimos séculos assumiu como melhor formato e mais popularmente conhecido o livro impresso.
Antes do livro, e propriamente do papel, o homem usou diferentes tipos de materiais para se expressar através da escrita: Folhas de palmeira, ossos de baleia, dentes de foca, conchas, cascos de tartaruga (pobres tartarugas), pedra, barro, casca de árvore, bambu e seda. Você consegue imaginar um livro escrito no formato de conchas ou cascas de árvore? Pois antes do surgimento do papel os registros de escritas tinham formatos realmente esquisitos, mas que eram usados pelas antigas civilizações.
A invenção do papel deu-se na China por volta do ano 105 d.C. a partir de materiais baratos, como casca de árvore, extremidades de cânhamo, farrapos de algodão e redes de pesca rasgadas. O processo do papel como conhecemos hoje, a partir da madeira, só foi melhorado no século XIX com os processos de trituração de madeira para conseguir a pasta de celulose, possibilitando assim a melhoria nos processos industriais e agilidade na fabricação.
Existem diferentes tipos de papel hoje em dia, sendo que os mais usados para a impressão de livros e revistas são os papéis bíblia, jornal, offset e couchê. Os dois primeiros contêm o nome de onde são mais comumente usados, sendo que o bíblia tem como destaque o papel finíssimo, quase transparente, deixando o livro mais leve e fácil de ser transportado, enquanto que o jornal é o de mais baixo custo, porém menos resistente e durável.
Os outros dois tipos de papéis possuem qualidade mais elevada. O papel couchê tem como característica sua microporosidade, isso faz com que a tinta depositada permaneça na superfície dando um ar mais vivo a impressão, utilizado em material promocional e em revistas. Já o offset tem um custo menor que o couchê, não contém a mesma característica de microporosidade, porém é resistente a ação da umidade e tem bastante versatilidade, sendo utilizado em folhetos, cartões e livros.
Outras características são importantes principalmente para a impressão de livros como a opacidade (transparência) do papel, brilho, textura, direção das fibras, entre outras. Porém o parâmetro essencial de qualidade do papel é a gramatura, que nada mais é do que a grossura e densidade do papel, e que está intrinsecamente ligado ao peso final do livro. Usualmente são utilizadas gramaturas de 75 a 90 g/m² e para papeis mais encorpados pode-se chegar até 150g/m².
Devido a história para se chegar ao papel impresso e ao livro podemos dizer que este é um formato definitivo e consolidado através dos séculos, fato este que a venda de livros impressos cresce ano a ano em diferentes países do mundo e inclusive no site da Amazon. Verdade ou não, esse é um fato que somente o tempo irá comprovar. Por ora deixamos os visionários com suas previsões sobre fim do papel impresso, e para os apaixonados o cheiro das páginas dos livros de papel.
Artigo originalmente publicado no blog meiapalavra

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